HERPES OCULAR

Herpes

Grande parte da população desconhece que além da Herpes Labial e da Herpes Genital, existe também o Herpes Ocular. Essa infecção é mais comum do que parece e pode ser muito grave.

Herpes ocular é uma infecção no olho causada pelo vírus do herpes simples (HSV) do tipo 1, o mesmo que é responsável pelo herpes labial. Diferente do vírus tipo 2 (causador do herpes genital) e do vírus do herpes zóster.

herpes ocular é contagioso podendo ser transmitido através do contato com uma pessoa infetada cujo vírus esteja ativo, nomeadamente através das lesões existentes nos lábios ou face do portador, de gotículas de saliva ou da secreção nasal, de troca de produtos contaminados como é exemplo a maquilhagem, etc. O vírus pode também ser transmitido aos olhos pela própria pessoa contaminada.

No herpes ocular, o contágio ou transmissão do vírus pode “passar” de um olho para o outro. Isso pode resultar em uma infecção afentando os dois olhos.

Cuidados

Uma vez que o herpes nos olhos é contagioso devem ser tomadas medidas de prevenção, nomeadamente, lavar as mãos frequentemente, não tocar com as mãos nos olhos, fundamentalmente em caso de infeção por herpes noutro local, ter o cuidado ao entra em contato com doentes potencialmente infetados com herpes, cuidado quando pega ou manuseia roupa ou objetos utilizados por um doente infetado, não utilizar produtos de higiene pessoal ou de maquiagem de outros, ter cuidado no manuseamento e desinfeção das lentes de contato, entre outras medidas que permitam evitar o contágio.

Em geral, as principais manifestações da doença são unilaterais, isto é, aparecem apenas em um dos olhos. Elas podem incidir na pálpebra, sob a forma de pequenas vesículas que, depois de duas semanas secam e criam crostas; na conjuntiva, com sintomas semelhantes aos da conjuntivite provocada por outros vírus, bactérias ou fungos; e na córnea (ceratite herpética), a mais grave, porque pode provocar uma inflamação recorrente e a formação de úlceras e de cicatrizes que podem levar à perda progressiva da visão, se a doença não for tratada a tempo.

FATORES DE RISCO


Cerca de 60% da população mundial já entrou em contato com o vírus na primeira década de vida. Geralmente, o Herpes Simples se instala no organismo por volta dos cinco anos de idade.

O vírus entra no nosso organismo através da mucosa oral ou nasal e se aloja nos nervos. Eles ficam adormecidos nesses nervos até um momento em que a imunidade da pessoa diminui e aí ele pode reativar e causar a infecção. Na maioria das pessoas o vírus fica adormecido por toda a vida sem nunca causar nenhuma infecção, mas em outras ele reativa e infecciona.

Nessa primeira infecção, raramente aparecem as manifestações clínicas da doença. No entanto, elas podem surgir com a exposição a certos fatores de risco, tais como: viroses, baixa de imunidade, exposição excessiva ao sol, febre, traumas, distúrbios odontológicos e pós-cirúrgicos, estresse físico e emocional, AIDS.

Podemos identificar diferentes formas de herpes ocular:

A ceratite herpética é a forma mais comum do herpes ocular que se manifesta como uma infeção da córnea. O herpes ocular nesta forma, geralmente, afeta apenas a camada superficial ou epitélio da córnea e geralmente é tratado sem complicações apesar de ser uma situação que pode ser bastante dolorosa.

Outra forma de herpes nos olhos é a ceratite estromal ou intersticial que ocorre quando a infeção se localiza nas camadas mais profundas da córnea. Isso pode levar à formação de cicatrizes, perda de visão e, ocasionalmente, o doente pode ficar cego. A ceratite estromal pode ser causada por uma resposta imunitária tardia à infeção primária. Embora esta condição seja rara, a ceratite estromal é uma situação potencialmente grave.

A Iridociclite é uma forma grave de herpes ocular, na qual a íris e tecidos circundantes inflamam, causando sensibilidade grave à luz, visão turva ou “embaçada”, dor e olhos vermelhos. A Iridociclite é um tipo de uveíte que afeta as zonas mais anteriores do olho.

Outras formas de infeção podem atingir a retina, sendo por isso designada de retinite herpética.

SINTOMAS


Os sintomas característicos do herpes ocular são muito semelhantes ao de uma conjuntivite e incluem:

  • Sensibilidade à luz (fotofobia);
  • Dor ocular que pode variar de moderada a forte ou intensa;
  • Sensação de corpo estranho e ardência no olho;
  • Coceira no olho;
  • Vermelhidão e irritação no olho;
  • Presença de bolhas ou úlceras com borda avermelhada e líquido na pele próxima do olho;
  • Lacrimejamento excessivo;
  • Inchaço do olho;
  • Visão embaçada.

DIAGNÓSTICO


O diagnóstico do herpes ocular causado pelo vírus do herpes tipo 1 é efetuado pelo médico oftalmologista levando em conta os sinais e sintomas da doença e com o auxílio de eventuais exames complementares.  É fundamental estabelecer o diagnóstico diferencial com o herpes zóster, que apresenta sintomas semelhantes, mas é provocado pelo vírus da varicela (catapora).

TRATAMENTO


O tratamento deve ser estabelecido considerando o aspecto, o local e a extensão das lesões. A maioria dos pacientes responde bem remédios antivirais como Aciclovir ou Valaciclovir em comprimidos ou em pomadas. O uso de analgésicos como Dipirona ou Acetaminofen para o alivio da dor também pode ser necessário. Além disso, para complementar o tratamento pode-se fazer uso de compressas úmidas mornas ou frias, de pomadas para proteger o olho e de colírios antibióticos, que iram ajudar a prevenir o aparecimento de infecções secundárias causadas por bactérias.

Quanto mais depressa começar o tratamento, melhor será o prognóstico. Não se pode descartar, porém, a ocorrência de novas crises, já que o vírus do herpes simples permanecerá latente para sempre no organismo da pessoa infectada.

CONSIDERAÇÕES


  • Sinais semelhantes a conjuntivite podem ser o sintoma inicial do herpes ocular;
  • O contágio pelo vírus do herpes simples, em geral, se dá pelo contato direto com o líquido existente no interior das lesões;
  • Pessoas imunodeprimidas estão mais sujeitas às recidivas da doença;
  • Não se automedique. Procure o oftalmologista se apresentar irritação, ardência ou dor nos olhos e perda da visão.
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