Doença ocular causada principalmente pelo aumento da pressão dentro do olho (chamada de pressão intra-ocular – PIO). Essa elevação da pressão, provoca lesões no nervo ótico, e como consequência, o comprometimento da visão que, se não tratado adequadamente, pode levar à cegueira.
TIPOS
Glaucoma Congênito
É quando a criança já nasce com a doença, podendo o pediatra diagnosticá-la através de alterações, como globo ocular aumentado, com uma córnea grande e opacificada. Estas alterações, são decorrentes do aumento de pressão dos olhos, e acontece durante a gestação.
Glaucoma primário de ângulo aberto (GPAA)
É uma neuropatia óptica crônica, progressiva, caracterizada por alterações típicas do disco óptico e da camada de fibras nervosas da retina, com repercussões características no campo visual. É acompanhado, na maioria das vezes, de pressões intra-oculares acima de níveis considerados estatisticamente normais.
Glaucoma primário de ângulo fechado (GPAF)
É a entidade clínica caracterizada pelo fechamento parcial ou completo do ângulo da câmara anterior, decorrente de condições anatômicas que propiciam aposição ou adesão da periferia da íris à parede externa do ângulo da câmara anterior (goniossinéquias), com consequente elevação da pressão intra-ocular (PIO) de forma aguda, intermitente ou crônica, com eventual lesão do disco óptico.
Glaucoma Agudo
É uma das manifestações do Glaucoma de ângulo fechado. Caracteriza-se por um aumento súbito da pressão intra-ocular, causando dor ocular de forte intensidade, que pode provocar náuseas e crises de vômito.
Nossos olhos possuem uma série de estruturas internas que necessitam ser mantidas sob uma determinada pressão. Quando essa pressão se altera em excesso, prejudica o fluxo de sangue no olho e, consequentemente, dificulta a nutrição dessas estruturas.
SINTOMAS
No início, o Glaucoma é uma doença sem sintomas (assintomática). A perda visual só ocorre em fases avançadas, comprometendo primeiro a visão periférica. Em seguida, o campo visual, que vai se afunilando progressivamente, até transformar-se em visão com campo tubular.
FATORES DE RISCO
Fazem parte do grupo de risco todas as pessoas com mais de 40 anos, os negros, os míopes, diabéticos, e aquelas com histórico familiar da doença. Dependendo da causa que provocou a pressão mais elevada nos olhos, a doença pode ocorrer em qualquer faixa de idade.
O glaucoma possui um caráter hereditário, onde familiares de quem possui a doença tem mais chances de desenvolvê-la. Porém, além desse fator de risco, há ainda outros que podem influenciar o seu aparecimento, conforme a lista a seguir:
- Pressão intra-ocular elevada;
- Idade acima de 60 anos;
- Afrodescendentes tem mais tendência a desenvolver a doença;
- Histórico familiar apresenta risco aumentado de até 6 vezes no desenvolvimento da doença;
- Doenças como diabetes, problemas cardíacos, hipertensão e hipertireoidismo;
- Doenças no olho, como tumores, descolamento de retina e inflamações;
- Uso prolongado de medicamentos à base de corticosteroides.
PIO
A PIO é o principal fator de risco para o desenvolvimento do glaucoma. O valor normal da PIO é um dado estatístico oriundo de estudos da distribuição da PIO na população brasileira (13,0 + 2,1 mmHg) e não deve ser aplicado para cada indivíduo de forma isolada. Portadores de PIO de 21 mmHg devem ser considerados hipertensos oculares. A PIO segue um ritmo circadiano, geralmente com níveis máximos entre seis e onze horas da manhã e mínimos durante a madrugada, entre meia noite e duas horas.
A variação média da PIO, nas 24 horas, pode alcançar até 5 mmHg. Usualmente, o valor da pressão é semelhante nos dois olhos. Diferenças entre ambos acima de 4 mmHg devem ser consideradas como indício de anormalidade. Não existe, contudo, uma relação direta entre um determinado valor da pressão intra-ocular e o aparecimento da doença, ou seja, enquanto uma pessoa pode desenvolver dano no nervo com pressões relativamente baixas, outra pode ter pressão intra-ocular elevada durante anos sem apresentar lesões.
EXAMES
Os exames realizados em caso de suspeita ou para controle e acompanhamento do glaucoma são:
- Curva diária de pressão
- Teste de sobrecarga hídrica
- Paquimetria Ultrassônica
- Campo visual computadorizado
- Gonioscopia
- Retinografia
- Tomografia de Coerência Óptica (OCT)
TRATAMENTO
O glaucoma não tem cura, mas tratamentos evoluem continuamente, permitindo uma vida normal ao paciente. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores as chances de se evitar a perda total da visão. Um tratamento inadequado, assim como a falta dele, também pode levar à cegueira.
Apesar da pressão intra-ocular elevada não ser a única causa do glaucoma, até o momento diminuí-la é o principal tratamento. A pressão intra-ocular pode ser diminuída com medicamentos, em geral, colírios. Caso essa pressão não diminua com o uso de medicamentos, um procedimento cirúrgico poderá ser indicado, tanto a cirurgia a laser (trabeculoplastia) quanto a tradicional (trabeculectomia).
É importante destacar que certos tipos da doença, estão associados a distúrbios, que requerem um tratamento específico.
CONSIDERAÇÕES
Não há maneiras eficazes de se prevenir o glaucoma. Porém, a ida frequente ao oftalmologista pode te ajudar no diagnóstico precoce do glaucoma e de outras doenças.
Exercitar-se com segurança e usar regularmente colírios prescritos pelo médico também podem auxiliar no controle da pressão intraocular e fazer com que o glaucoma seja evitado.